Treinamento para motoristas: Guia completo de capacitação de frotas

Por que investir em treinamentos para motoristas de frota?

A eficiência e a competitividade das empresas que atuam no mercado de transportes se devem a uma série de fatores que vão muito além de processos logísticos.

Aspectos como tecnologia e inovação – em prol da agilidade e da segurança – costumam ser os primeiros que vêm à cabeça quando pensamos nesse setor. No entanto, existe um aspecto que está interligado a toda operação e sem o qual nada é possível: o fator humano.

No caso do transporte de pessoas e cargas, o bom desempenho do motorista é determinante. Afinal, além do objetivo central de garantir mais segurança, motoristas bem preparados trazem mais retorno.

São muitos os exemplos de retorno: economia de combustível, redução dos custos de manutenção, menor incidência de acidentes (sinistros de trânsito) e de avarias, para citar apenas alguns.

A experiência no mercado de transportes mostra que a realização periódica de cursos de capacitação, reciclagem e aperfeiçoamento de condutores é mais que uma boa prática. Trata-se de uma necessidade.

Prova disto é que, de acordo com Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), 90% dos acidentes (sinistros de trânsito)  são causados por falhas humanas. O desafio, entretanto, é saber quando e como agir.

Índice (Clique no títulos abaixo para ir direto ao tema)

– Como saber se os motoristas da frota precisam de treinamento?

– Como saber de forma preventiva a probabilidade de um motorista assumir riscos?

– Como aplicar de forma personalizada uma análise dos sinistros de trânsito em sua frota?

– O que é um “tomador de risco”?

– Quais treinamentos são mais importantes para os motoristas de frota?

– Como definir a melhor estratégia de treinamento?

– Como escolher os melhores recursos para um treinamento?

– Vantagens do uso de simuladores de direção

– Qual é a importância de ações de apoio após o treinamento?

– Como e por que mensurar os resultados de um treinamento para motoristas?

– Como medir os resultados de um treinamento EAD para motoristas?

Como saber se os motoristas da frota precisam de treinamento?

Este primeiro passo é simples, basta consultar os relatórios de avaliação da frota que pode ser feita de duas maneiras: por sistema de telemetria ou por relatórios de gestão dos custos da frota.  Ambos podem apontar com segurança onde está o maior índice de falhas humanas na operação.

Geralmente os maiores indicadores de necessidade de treinamento são altos custos de combustível, excesso de multas e acidentes (sinistros de trânsito) frequentes.

Outros indicadores são: pontualidade e avaria de cargas. No entanto, estes indicadores dependem de cada operação e política de segurança de cada empresa.

Como saber de forma preventiva a probabilidade de um motorista estar assumindo  riscos desnecessários?

Uma das formas mais conhecidas de saber a probabilidade de um motorista estar assumindo  riscos na direção é definida a partir da Pirâmide de Desvios, como a de DuPont (veja na imagem abaixo):

A Pirâmide de DuPont considera os desvios na seguinte proporção: 1-30-300-3.000-30.000. Ou seja, para a ocorrência de 1 fatalidade, haveria 30 acidentes com afastamento, 300 sem afastamento, 3 mil incidentes e 30 mil desvios.

Quando há um aumento na quantidade de desvios e incidentes, infelizmente, pode-se esperar um acidente (sinistro de trânsito) mais grave em sequência. O nível de tolerância ao risco impacta diretamente a estatística de acidentes e incidentes das empresas.

Neste sentido, para obter-se boa performance em prevenção, é indicado analisar o comportamento individual de cada motorista da frota.

Veja, a seguir, como nós da Younder EdTech realizamos o diagnóstico antes de aplicar um treinamento para motoristas.

Como aplicar de forma personalizada uma análise dos sinistros de trânsito  em sua frota?

Para garantir que um treinamento seja eficaz aos objetivos de uma empresa, é de suma importância focar na prevenção dos desvios cometidos pelos motoristas da frota. Afinal, como já vimos, com a redução do número de desvios, consequentemente, há também redução dos acidentes (sinistros de trânsito).

Para isto, é preciso identificar onde estão esses desvios por meio de uma análise da possibilidade de um sinistro de trânsito.  Seu resultado é obtido por meio de uma pontuação, que vai de 0 a 1000, classificando o motorista quanto à probabilidade de atitudes de risco no trânsito.

Os índices da pontuação são aferidos de acordo com os seguintes critérios definidos (veja na imagem abaixo):

Os perfis de “tomador de risco” de acidentalidade são divididos em “baixo” para motoristas com pontuação de 0 a 190, “médio” na pontuação de 191 a 390 e “alto” para pontuação de 391 a 1000.

Cada critério tem metodologia de cálculo específico ao grau de risco envolvido, quantidade de informações coletadas e desvio padrão. Além disto, possuem pesos diferentes na composição do valor total.

O que é um “tomador de risco”?

Podemos chamar de “tomador de risco” o condutor que reúne uma série de posturas que vão desde a desatenção até o deliberado desrespeito à legislação de trânsito.

Veja alguns exemplos de posturas recorrentes no “tomador de risco”:

  • Excesso de velocidade;
  • Usar o celular ao volante;
  • Ignorar o uso de equipamentos de segurança (cinto de segurança ou capacete);
  • Ingerir bebidas alcoólicas antes de dirigir;
  • E, até mesmo, a não observância do tempo adequado de descanso antes de qualquer viagem.

A propensão a todas estas posturas pode ser prevista a partir de uma avaliação técnica.

Quando uma empresa decide realizar um treinamento é preciso definir os assuntos que serão abordados no curso. Para isto, é necessário voltar os olhos para os KPIs – “Key Performance Indicators” ou “Indicadores Chave de Desempenho” e, a partir desta análise, definir o objetivo que a empresa quer alcançar com a capacitação.

Os objetivos podem ser zero acidentes (sinistros de trânsito), economia de combustível, com multas ou na manutenção do veículo, entre outros.

E será aqui que a análise de perfil de risco irá ajudar.

O gestor pode saber o que treinar, mas será que sabe por quem deve começar? Será a análise do perfil de riscos que apontará os motoristas que precisam começar o treinamento antes, pois estão mais propensos a acidentes (sinistros de trânsito). 

Vale ressaltar que o fato de não haver histórico de acidentes com vítimas fatais numa empresa não é um fator determinante para a realização ou não de um treinamento.

A análise do perfil de “tomador de risco” ajuda justamente a detectar o comportamento dos motoristas e indicar quem pode estar mais próximo de um acidente (sinistro de trânsito) de forma a evitá-lo.

A seguir, vamos apresentar alguns tipos de treinamentos para frotas.

Quais treinamentos são mais importantes para os motoristas de frota?

Já sabemos que quanto mais qualificados são os motoristas de uma frota, mais eficiente e competitiva é a empresa. E quanto mais informações sobre a conduta de cada motorista, mais personalizada e eficaz será a reeducação desse condutor.

Quem atua no ramo de transportes como empresário, gestor de frota ou engenheiro de segurança do trabalho já deve ter se deparado com a seguinte questão:

  • De qual capacitação os motoristas da minha frota mais precisam?
  • Quais certificações garantem mais eficiência e segurança?

É claro que cada empresa deve responder a estas questões de acordo com suas próprias peculiaridades. No entanto, existem cursos que fazem toda diferença para qualquer frota. Vamos conhecer?

  • Direção defensiva: A Resolução nº 789  do Contran instituiu, em 2020, a obrigatoriedade do curso de direção defensiva em alguns contextos. Voltado a motoristas de transporte de passageiros e carga, o curso visa ensiná-los a conduzir de forma preventiva a fim de evitar acidentes.
  • Capacitações em novas tecnologias: com a constante evolução dos veículos automotores, é muito importante que os motoristas de uma frota estejam familiarizados com novas tecnologias. Só desta forma os investimentos em tecnologia darão o retorno esperado.
  • Prática simulada: são treinamentos em que o condutor vivencia situações extremas em um simulador de direção para aprender e internalizar as reações mais adequadas a cada situação.
  • Certificação SASSMAQ: trata-se de uma certificação importante, concedida mediante treinamento para tornar o motorista profissional apto a transportar de forma segura   produtos químicos. Normas TRANSQUALIT:  tem como objeto os direitos e obrigações do motorista profissional e da empresa de transporte. Visa conscientizar o profissional sobre as questões jurídicas que envolvem seu ofício.

Como definir a melhor estratégia de treinamento?

Sabemos que se a constante qualificação dos colaboradores é uma boa prática em qualquer atividade, no setor de transportes esse investimento é uma necessidade fundamental.

E, não por acaso, as empresas que têm uma cultura de constante aperfeiçoamento de seu pessoal costumam estar entre as líderes do mercado.

Neste sentido, é preciso sensibilizar os colaboradores e os parceiros sobre a importância de estarem sempre em constante aprendizado.

Veja, a seguir, alguns aspectos para ter em mente quando o assunto é treinamento de motoristas.

A primeira etapa para criar uma estratégia de treinamento consiste em definir seus objetivos. É preciso fazer um mapeamento de toda operação para identificar onde cabem melhorias. 

Esse planejamento deve compreender também o público para quem é destinado o treinamento.

  • Quais são suas necessidades e fraquezas como profissionais?
  • Qual é a melhor forma de suprir um treinamento eficaz para esse grupo?

As avaliações de desempenho e os indicadores de qualidade da frota  darão indicadores preciosos para o diagnóstico, a definição e o planejamento do curso.

E o diagnóstico pode ficar ainda mais completo com ações como reuniões, pesquisas de opinião e questionários que permitam a tabulação de dados específicos.

 A IDEIA É: identifique os motoristas que precisam de capacitação, entenda seus desafios, escolha as melhores ferramentas didáticas para esse público e realize um treinamento realmente efetivo.

Lembre-se de que é preciso que o motorista esteja motivado e engajado em manter na rotina as boas práticas assimiladas no curso. Para isto, é importante  uma gestão positiva e transparente dos KPIs – “Key Performance Indicators”.

Além disto, precisamos saber lidar com diferentes perfis de aprendizagem, sobre os quais vamos tratar a seguir.

Como atingir diferentes perfis de aprendizagem?

Antes de abordar este assunto é preciso entender o que são perfis (ou estilos) de aprendizagem.

Trata-se do estilo que um indivíduo manifesta quando se confronta com uma tarefa de aprendizagem específica, ou seja, sua predisposição em adotar uma estratégia particular de aprendizagem, independentemente das exigências específicas de uma tarefa.

Em resumo, cada pessoa tem uma forma própria de assimilação. Portanto, torna-se primordial identificar o perfil de aprendizagem de cada indivíduo de forma a ter subsídios para aplicar a melhor estratégia didática.

Na literatura os perfis de aprendizagem são apresentados em diferentes metodologias. Entre as mais difundidas está o método que considera três perfis: auditivo, visual e cinestésico. Vamos identificá-los e apontar algumas estratégias pedagógicas:

  Perfil Visual

Os indivíduos deste grupo têm maior assimilação de estímulos recebidos visualmente. Isto quer dizer que é a partir da visualização das imagens que estabelecem melhor as relações entre ideias e conceitos, pois possuem uma memória fotográfica mais forte.

No entanto, têm facilidade de se distrair  em ambientes com excesso de informação e poluição visual. Geralmente essas pessoas visualizam mentalmente um mapeamento do conteúdo a elas apresentado.

Uma estratégia para o melhor aprendizado desses indivíduos é o “mapa mental”. Trata-se de uma  espécie de diagrama sistematizado que usa como artifícios cores, fluxogramas e infográficos que mapeiam os conceitos e ideias de determinado assunto.

Outra ferramenta eficaz para esses indivíduos é a apresentação de vídeos explicativos.

 Perfil Auditivo

Neste grupo, os indivíduos têm maior habilidade de assimilar estímulos recebidos por meio da fala, sons e ruídos. Têm na linguagem falada sua principal forma de assimilação.

Então, algumas das estratégias mais efetivas para a boa assimilação deste grupo são podcasts sobre o conteúdo, grupos de estudo onde o conteúdo é discutido, mnemônicos (esquemas de palavras ou frases que ajudam na memorização), leitura em voz alta, entre outras.

  Perfil Cinestésico

Este grupo é composto por indivíduos cuja assimilação se dá majoritariamente por estímulos recebidos por meio da ação. As pessoas deste perfil assimilam melhor durante a prática e têm dificuldades em aprender só com a teoria.

Para este perfil de aprendizagem algumas das melhores estratégias didáticas incluem gamificação, dinâmicas em grupo, resolução de cases reais, simuladores ou mesmo simplesmente copiar o conteúdo, o que pressupõe estar envolvido numa ação em vez de estar parado como mero ouvinte ou espectador.

Uma vez ciente destes perfis, a próxima etapa é entender como aplicar o melhor treinamento para cada um deles.

Como proporcionar um treinamento eficaz aos diferentes perfis de aprendizagem?

Treinamentos para equipes compostas por pessoas com diferentes perfis de aprendizagem costumam ser desafiadores. Como garantir a melhor assimilação de determinado conteúdo por um grupo cujos indivíduos respondem melhor a abordagens diferentes?

A boa notícia é que a tecnologia pode ajudar (e muito!) a transpor esse desafio. Graças a ela é possível planejar treinamentos que proporcionem simultaneamente estímulos para todos os perfis de aprendizagem: visual, auditivo e cinestésico.

Plataformas digitais são elaboradas de forma a aliar recursos multimídia como imagens, vídeos, textos, podcasts, fóruns, dinâmicas em grupo, gamificação, entre outros.

Em alguns casos, os treinamentos para motoristas contam ainda com simuladores de direção que proporcionam ao motorista a experiência de diferentes situações com riqueza de detalhes.

Desta forma, os condutores podem, por exemplo, vivenciar, em um ambiente seguro e controlado, condições que seriam de alto risco no mundo físico. Simulações de situações extremas, como aquaplanagem, tombamento, objetos na pista ou falhas mecânicas, permitem que o motorista aprenda como proceder e se torne mais experiente caso se depare com uma situação parecida na vida real.

Como escolher os melhores recursos para um treinamento?

Existe atualmente uma ampla gama de recursos educacionais para potencializar a comunicação de conteúdo ao motorista em um treinamento.

A escolha dependerá de fatores que vão desde a forma como os seus colaboradores gostam de aprender (e aí a importância de conhecer seu público) até os recursos mais adequados para  cada tipo de assunto.

Já vimos que existem diferentes perfis de aprendizagem: visual, auditivo e cinestésico. A maior parte das pessoas assimila informações a partir da combinação de estímulos destes três sentidos.

No entanto, cada pessoa tem um perfil de aprendizagem dominante, ou seja, assimila melhor por meio de um tipo de estímulo. É aí que se faz importante a personalização da experiência de aprendizagem.

Trata-se de uma abordagem pedagógica que lança mão do que ficou convencionado como “Objetos de Aprendizagem” para criar estratégias customizadas para cada estudante.

Mas o que são os objetos de aprendizagem? 

São uma gama de recursos – digitais ou não – que podem ser reutilizados ou referenciados durante um processo de suporte tecnológico ao processo de ensino / aprendizagem.

Incluem aprendizagem interativa, sistemas instrucionais e de educação s distância, além de ambientes de aprendizagem colaborativa.

Como exemplos desses recursos, podemos citar podcasts, vídeos interativos, infográficos, flashcards, fóruns on-line, e-books, infográficos e simuladores.

Todos eles se tornam grandes aliados na criação de um planejamento pedagógico personalizado para as necessidades de cada empresa.

Será que os cursos ministrados contêm a melhor combinação de recursos pedagógicos? Talvez uma olhada nos relatórios de desempenho possa dar boas pistas.

E você deve estar se perguntando: O que tem de mais moderno na educação de motoristas? Esta questão vamos responder abaixo.

Uso da tecnologia imersiva a serviço da capacitação de condutores

Assim como a chegada dos PCs na década de 1980 e da internet nos anos 1990, o desenvolvimento da tecnologia imersiva vem trazendo – nas duas últimas décadas – possibilidades de aplicação que tornam possível grandes transformações na forma como vivemos. 

Mas o que é tecnologia imersiva?

Tecnologia imersiva trata-se de um conjunto de ferramentas que possibilitam ao usuário a experiência de pôr em prática o que foi ensinado na teoria, por meio de tecnologias de Realidades Aumentada (AR), Mista (MR) e Virtual (VR), além de Simuladores e Vídeos Interativos. 

  • VR – Realidade Virtual: substitui completamente o mundo físico por um virtual.
  • AR – Realidade Aumentada: sobrepõe (complementa) o mundo físico com elementos digitais, sem a possibilidade de interação.
  • MR – Realidade Mista: sobrepõe o mundo físico com elementos digitais. Entretanto, em forma de hologramas e com a possibilidade de interação.
  • Simuladores de Direção: combinação entre software e hardware para aumentar a sensação real de conduzir veículos.
  • Vídeos Interativos: são produções audiovisuais que permitem a participação do espectador e têm o objetivo de reproduzir situações do dia a dia e exigir uma tomada de decisão do usuário.

Estas tecnologias proporcionam ao usuário a experiência em nível ampliado e imersivo, com riqueza de sensações, interações e estímulos sensoriais. E essas experiências podem ser grandes aliadas para fins pedagógicos.

A pirâmide de aprendizagem, também conhecida como “Cone da Aprendizagem”, por exemplo, aponta que a retenção do conteúdo aumenta em 90% em cursos práticos aplicados no simulador de direção.

Como você pode ver, os treinamentos práticos com uso de simulação são determinantes para a eficácia da aprendizagem. Vamos contar um pouco mais das vantagens dos simuladores de direção.

Vantagens do uso de simuladores de direção

Os treinamentos para motoristas que utilizam simuladores oferecem uma série de vantagens que possibilitam a elaboração de um plano pedagógico mais condizente com o desenvolvimento de cada condutor/aluno.

Como isto acontece?

Com o recurso é possível aumentar o nível de dificuldade progressivamente, por exemplo. Assim, ele poderá vivenciar, em ambiente seguro e controlado, diferentes condições, inclusivecondições inclusive as de risco.

Essa experiência prévia torna o condutor mais apto a interpretar e reagir em situações diversas, sejam cotidianas ou de perigo.

E os números comprovam a eficácia dos simuladores de direção. De acordo com a Fetranspor – Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, o uso de simuladores para o treinamento de motoristas de ônibus no Estado reduziu em 51% o índice de erros dos profissionais.

Os dados foram Os dados foram obtidos durante o treinamento de 6 mil motoristas no período de cinco anos (2013 a 2018). A entidade congrega 10 sindicatos de empresas de ônibus responsáveis por transporte urbano, interurbano e de turismo e fretamento no Estado do Rio de Janeiro.

Além dos simuladores de direção, há outras tecnologias que contribuem para a retenção da aprendizagem e possibilitam maior engajamento sem perder a  escala nos treinamentos, pois estão integradas com as plataformas de ensino a distância, que é o caso dos vídeos interativos, que vamos detalhar a seguir

Vídeos interativos: o protagonismo do aluno no processo de aprendizagem

Os vídeos interativos surgiram como mais uma grande evolução do ensino, sobretudo na modalidade Educação a Distância – EaD. Com o vídeo interativo o aluno assiste a determinado conteúdo produzido com todos os recursos que uma produção audiovisual pode oferecer e ainda interage com ele.

Isto torna a experiência mais envolvente e engajadora, pois o aluno se torna protagonista do processo de aprendizagem sendo estimulado a tomar decisões a qualquer momento da apresentação do conteúdo.

Isto é possível graças a ferramentas integradas à plataforma que permitem ao aluno interagir. São funcionalidades como áreas “clicáveis” ou elementos “arrastáveis” dentro do vídeo,  visão 360°, caminhos a percorrer com o cursor, input de dados (digitar o nome ou uma resposta), entre outros. Veja, abaixo, um exemplo de vídeo interativo criado para o Instituto Mobih:

https://video.eko.com/v/A98EnG/embed

Com todos estes recursos a aprendizagem se torna mais envolvente e estimulante, pois o aluno participa de forma ativa do processo.

Como aplicar um vídeo interativo no treinamento de condutores?

Com tantas vantagens, é claro que os vídeos interativos se tornam uma importante ferramenta na estratégia pedagógica de treinamentos voltados a condutores. Mas, para garantir a máxima eficácia deste poderoso recurso, é preciso atenção a alguns aspectos:

Construa um roteiro pedagógico bem estruturado.

Antes de começar a produzir o vídeo. Qual é a melhor forma de fazer com que o espectador assimile o conteúdo?

A experiência em aulas presenciais pode dar boas pistas disto. A vantagem agora é que você conta com ampla gama de recursos complementares como animações, infográficos, etc.

Com isto, a ideia é estabelecer em que momento a inserção desses recursos será mais útil ao processo de aprendizagem.

Crie vídeos surpreendentes

Afinal, com tantos recursos, existem muitas maneiras de tornar o conteúdo mais envolvente do que uma aula presencial. Valorize o protagonismo do espectador no processo de aprendizagem para mantê-lo estimulado.

Customize a experiência do espectador

De acordo com o perfil do curso, lance mão dos recursos como avaliações personalizadas, ramificações, gamificação, etc.

O setor de transportes tem aspectos que favorecem muito a criação de conteúdos multimídia. Essas funcionalidades são aliadas importantes para tornar o treinamento ainda mais transformador.

Falamos bastante sobre como aplicar os treinamentos, agora vamos comentar as melhores maneiras de avaliar a eficácia de um treinamento.

Qual é a importância de ações de apoio após o treinamento?

Para que os resultados alcançados com um treinamento fiquem consolidados na cultura de segurança da empresa, é preciso atenção a alguns aspectos.

O condutor recém-treinado será capaz de entregar melhores resultados ao encontrar uma empresa onde as boas práticas assimiladas no treinamento são a regra. Isto significa um ambiente motivador que ofereça suporte para o trabalho e que reconheça e valorize o bom desempenho em vez de somente punir as más posturas.

Veja uma ação interessante da Raízen, que promove um evento anual para homenagear os bons motoristas.

https://youtube.com/watch?v=hQ3jgTEGNEM%3Ffeature%3Doembed

Para que isto seja possível, é determinante o envolvimento de todos: líderes, gestores e pares em constante acompanhamento da operação. Esse alinhamento em conjunto com feedbacks, indicadores claros e suporte faz toda diferença.

As melhorias pretendidas têm que se tornar um propósito no dia a dia e, para isto, é preciso que os líderes, no caso empresários e gestores de frota, estejam engajados na manutenção das boas práticas. Como resultado, a equipe vai sentir legitimidade de propósito e fazer sua parte sem esmorecer.

O bom líder tem consciência de que está sendo observado o tempo todo. Ele sabe que as mudanças vão acontecer a partir de suas ações. Sabendo disto, ele tratará como prioridade os objetivos definidos com determinada mudança.

Além da clareza nos objetivos, é importante que haja um canal de comunicação direta entre líderes e suas equipes.

Outra prática que deve ser uma constante são as avaliações de desempenho com feedbacks que utilizem parâmetros claros e objetivos. Saiba mais sobre o assunto a seguir:

Como e por que mensurar os resultados de um treinamento para motoristas?

Vamos utilizar aqui os quatro níveis de avaliação na aprendizagem criados por Donald Kirkpatrick e acrescentar o Retorno sobre Investimento – ROI , elaborado por Jack Phillips:

  • Reação, Satisfação e Ação Planejada;
  • Aprendizado;
  • Comportamento/aplicação e Implementação;
  • Resultado/Impacto;
  • Retorno sobre Investimento – ROI.

Estes aspectos podem ser analisados em conjunto ou em diferentes combinações a depender do que se quer apurar. A seguir, vamos entender cada um deles:

Reação, Satisfação e Ação Planejada

Esta etapa compreende a observação das reações do aluno/motorista durante o processo de aprendizagem. Com isto é possível uma adequação pedagógica de forma a garantir um curso mais pertinente aos objetivos do motorista e da empresa.

Aprendizado

A avaliação do aprendizado pode ser realizada em diferentes oportunidades durante o curso ou treinamento. Nela é avaliada a assimilação do conteúdo por parte do aluno/motorista de forma a ajustar a estratégia pedagógica às principais necessidades do aluno.

Comportamento/Aplicação e Implementação

Esta etapa verifica se o aluno/motorista aplica o que foi  aprendido. Uma boa ideia para se conseguir indicadores mais específicos é a utilização da telemetria aliada à tecnologia imersiva, no caso simuladores de veículos. Com eles é possível monitorar e gerar relatórios completos que podem apontar vícios de direção, tudo com a tabulação de indicadores anteriores e posteriores à aplicação do curso. Com isto, torna-se bem mais fácil apurar a eficácia do treinamento.

Resultado/Impacto

Um curso ou treinamento precisa estar alinhado aos objetivos da empresa. Se ele é voltado aos motoristas, deve buscar capacitá-los para assumir uma postura ao volante que traga resultados a toda operação. Com isto, o conteúdo do curso deve ter objetivos de aprendizagem de acordo com as melhorias apontadas como necessárias pelo gestor dos motoristas de sua frota. Assim, o impacto que o curso teve nos resultados de uma empresa pode ser medido por indicadores predefinidos pela direção da empresa. 

Retorno sobre Investimento – ROI

O ROI é uma métrica financeira para aferir o retorno de um investimento, neste caso um curso ou treinamento. Entre seus indicadores destacam-se: economia de combustível, diminuição de gastos com reparos e manutenção, menor incidência de danos em cargas ou sinistros,  entre outros.

Como medir os resultados de um treinamento EAD para motoristas?

A avaliação de um treinamento EAD demanda metodologia diferente e relativamente mais complexa do que a mensuração de um treinamento presencial.

Mas com bons indicadores pode-se medir a eficiência por meio de métricas. Elas serão a principal ferramenta de análise e interpretação de diferentes tipos de dados para determinar a eficácia de um curso de EAD.

Veja, a seguir, alguns indicadores que podem ajudar muito a avaliar se o treinamento para motoristas na modalidade EAD atingiu seus objetivos.

A primeira métrica que vamos tratar é o engajamento dos alunos/motoristas no curso. Isto pode ser mensurado tanto por meio de dados objetivos (número de acessos à plataforma, permanência logado, frequência, desempenho nas atividades propostas, etc.) como de dados um pouco mais subjetivos (pesquisa de clima, índice de satisfação, etc.).

Outra ação que pode gerar bons indicadores é verificar se os alunos que passaram pelo curso são capazes de replicar o treinamento para outros motoristas.

Uma ferramenta bastante difundida é a avaliação de reação. Consiste em aferir como os alunos se sentem em relação ao treinamento.

Essa métrica é obtida por meio de pesquisas direcionadas aos alunos que participaram do treinamento para saber o que eles acharam do curso.

Pode-se abordar o modelo pedagógico, a plataforma, a atuação dos professores/tutores e o nível de satisfação.

Conclusão

Graças aos avanços trazidos pela tecnologia, cursos e treinamentos para motoristas vêm alcançando níveis de eficácia sem precedentes.

A união de diferentes recursos fez do processo de aprendizagem um caminho mais envolvente e instigante em que o aluno participa mais ativamente. E nos treinamentos voltados aos motoristas de frota não poderia ser diferente.

Na verdade, é o melhor caminho para tornar uma frota mais eficiente, rentável e, acima de tudo, segura. Além de mais eficientes, as novas soluções pedagógicas reduzem consideravelmente os custos dos treinamentos.

Com soluções que identificam com boa precisão onde estão as falhas de uma operação e como atuar de forma personalizada para corrigi-las, obtêm-se resultados bem mais consistentes.

Como dissemos nao início do texto, os investimentos no fator humano devem estar entre as prioridades de uma empresa.

Afinal, pouco adiantam novas tecnologias logísticas, equipamentos e frota renovada se os usuários desses recursos não estiverem preparados para fazer o uso mais adequado e inteligente.