Francisco é engenheiro civil, com mestrado em engenharia civil e especialização em administração industrial e em administração de transportes. Atualmente, além de assessor especial do SPUrbanuss, ele é vice presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo – FETPESP. Atua também como membro de conselhos, associações e confederações nacionais voltadas ao transporte, como Confederação Nacional dos Transportes – CNT e Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP
Ele fala sobre o desafio de colocar uma enorme frota de ônibus nas ruas de São Paulo, que passa pela capacitação e treinamento constante de toda equipe.
Veja o vídeo produzido pela Younder em parceria com o canal Mova-se com mais esse bate-papo enriquecedor sobre mobilidade e gestão de frota.
Se preferir, leia logo abaixo os principais tópicos dessa conversa.
Capacitação e treinamento de motoristas
“Eu diria que a capacitação do nosso pessoal de operação é um dos pilares de sustentação daquilo que nós chamamos de serviços de qualidade. Então nós precisamos de veículos bons, de uma infraestrutura adequada, de sistemas de controle e monitoramento, de comunicação com o nosso cliente.
Precisamos de gente capacitada, de motoristas capacitados, pessoal de fiscalização, pessoal de programação de linhas. Toda a equipe envolvida com a produção de serviço de transporte por ônibus deve estar adequadamente capacitada e treinada para responder ao desafio de colocar essa enorme frota que a gente coloca todo os dias em operação na cidade de São Paulo, nas melhores condições possíveis.”
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Treinamento prático X treinamento teórico
“Tudo é importante. É claro que a teoria sempre ajuda, a prática também. Eu vejo como extremamente necessário preparar o nosso pessoal para ser de fato o elo entre a empresa, que é responsável pela produção do serviço, e o nosso cliente. Ele é a pessoa que recebe o cliente no veículo e que conduz o passageiro até o final da sua viagem.
O importante é que ele aprenda, que ele seja capacitado e treinado para usar de toda a urbanidade possível e que facilite, inclusive, que o próprio cliente se dê conta da importância que o operador tem para o funcionamento do sistema. Isso falando dos motoristas, que são os que estão mais à vista do nosso cliente, do nosso passageiro.
Agora o pessoal de suporte, os programadores de linha, o pessoal de manutenção, sem dúvida, o pessoal da administração, enfim, toda a parte que fica na garagem também precisa de um treinamento muito forte e que seja capaz de responder aos desafios atuais.
A gente tem insistido muito que a característica do transporte vem mudando com o passar do tempo, numa velocidade muito grande agora por causa da chegada das novas tecnologias, principalmente, e nós temos que ter capacidade de responder a esse novo desafio que é colocado para todas as empresas.”
Capacitação em relações com o público
“Tudo é válido. Eu acho que as chamadas relações pessoais, ele ser a pessoa capaz de transmitir ao passageiro uma tranquilidade não só tranquilidade no ato de dirigir, eu acho que hoje as relações pessoais, investir na forma como o motorista se relaciona com o cliente é mais importante que as questões técnicas tais como direção econômica, direção segura, direção defensiva.”
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Apoio aos motoristas
“Quase todas as nossas empresas têm em suas equipes de recursos humanos assistentes sociais que fazem esse acompanhamento, e que quando a operação passa a informação de que o motorista está dirigindo de uma forma diferente daquela que ele costuma fazer, a assistente social já entra automaticamente no processo para entender o que está acontecendo.”
Acompanhamento permanente
“As empresas costumam (quase todas fazem isso), quando o motorista volta de férias, eles passam por uma reciclagem. Eu gostaria muito que os nossos operadores também pudessem passar por um simulador de direção e ali se criar artificialmente situações que demonstrassem que eles estão preparados.
Insisto, muito mais para conduzir veículos sofisticados, que hoje a tecnologia veicular vem incorporando cada vez mais aparatos, equipamentos e questões que o condutor precisa dominar e controlar. Isso não significa, necessariamente, que o motorista de uma hora para outra desaprendeu ou não sabe mais dirigir.
Se o motorista não acelera indevidamente, se ele não exige do motor, por exemplo, mais potência do que o necessário, se ele não faz a frenagem brusca e já começa usar mais o freio motor… O resultado de tudo isso é economia para a empresa, a partir do próprio funcionamento dos veículos.”
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