Younder na Folha de Pernambuco 29/08/2019

Edtech e o futuro da educação no Brasil

Se há poucos anos era inimaginável que o método tradicional de ensino ganhasse novos formatos, atualmente algumas transformações disruptivas vêm ganhando força.

Vários fatores incentivam essas mudanças, como uma geração de jovens digitais que parecem já nascerem conectados, o desenvolvimento de novas tecnologias, o aumento da expectativa de vida, o crescimento da economia compartilhada, entre outros.

Todos estes fatores impactam no tipo de conhecimento que as pessoas precisam adquirir para se adaptarem aos novos tempos.

De acordo com o relatório EdTechXGlobal, realizado pelo banco inglês IBIS Capital, estima-se que o mercado global de tecnologia aliada à educação cresça 17% ao ano, alcançando US$ 252 bilhões em receitas até 2020.

Hoje, o setor movimenta em torno de US$ 160 bilhões. Se os investimentos se confirmarem, muitas startups devem se beneficiar com a oferta de novos serviços, pois a variedade de setores com potencial de crescimento é vasta – do ensino básico ao superior, passando pela educação livre, corporativa, entre outros.

Nosso método de ensino foi criado há mais de 100 anos e desenvolvido no período da revolução industrial. Inspirado em uma linha de produção, todas as pessoas eram consideradas iguais e as principais habilidades naquela época eram operacionais.

Porém, vivemos um outro momento, no qual as habilidades operacionais serão pouco a pouco substituídas pela automação.

Essa mudança já está acontecendo e continuará de forma muito rápida nos próximos anos. Em 2030, de acordo com as informações divulgadas pelo Fórum Econômico Mundial, 50% das carreiras que existem hoje não existirão mais e 65% das crianças que estão hoje no ensino fundamental terão profissões que ainda não existem.

Essas mudanças também impactarão a educação corporativa. Para estas novas carreiras que surgirão, além de serem necessárias novas habilidades, os profissionais precisarão estar atualizados para manterem-se ativos no mercado de trabalho.

É ingênuo esperar que a mudança ocorra exclusivamente na esfera da educação tradicional, pois por ser um mercado altamente regulamentado e estruturado, as transições para os novos tempos são lentas e não acompanham a agilidade das transformações que estamos vivendo. Assim, as empresas precisam assumir um papel de protagonismo, incentivando e disponibilizando o acesso ao aprendizado e conhecimento para suas equipes de trabalho.

Desta forma, os modelos de cursos online, aplicativos e novas plataformas de ensino ganham destaque para disponibilização de conteúdo e aprendizado de forma rápida e democrática.

Além disso, propor uma cultura mais aberta, promover a interação entre diferentes áreas de conhecimento e estar mais tolerante ao erro impacta na melhoria da experiência dos profissionais, desenvolvendo neles habilidades de comunicação, tomada de decisões, trabalho em equipe e melhor eficiência na resolução de problemas; habilidades essas que são essencialmente humanas e tão necessárias nos novos tempos.

O futuro é promissor, existem muitas oportunidades no caminho para todos e a tecnologia é a ligação que dará o impulso entre todos os atores desse novo cenário.

Através dela, professores serão melhores educadores, pois conhecerão as necessidades individuais de seus alunos e poderão incentivá-los a explorá-las. Alunos serão melhores estudantes, pois terão acesso a novas experiências de aprendizado e poderão descobrir todo o seu potencial.

Não teremos distâncias, em pouco tempo tudo estará muito mais conectado e disponível.

Cabe a nós assumirmos um papel de protagonistas desta história e juntos impulsionarmos as mudanças que o mercado educacional precisa para entregar uma experiência de aprendizado mais alinhada com as habilidades que as pessoas precisam desenvolver, de acordo com o que o novo mundo espera ter.

É tempo de sermos mais humanos e a tecnologia está aqui para isto.

Claudia de Moraes – Diretora da Younder, empresa com foco em tecnologia para educação.

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