Crowdshipping e as inovações da logística 4.0

O termo “crowdshipping” vem da junção das palavras em inglês “Crowd” (multidão) e “Shipping” (remessa), que se referem ao mercado de entregas colaborativas.

Ele serve para denominar um  sistema de atendimento que utiliza os mensageiros locais não profissionais de uma região para entregar encomendas aos clientes.

Nesse sistema, os mensageiros contratados fornecem seu próprio transporte para fazer as entregas, e normalmente são pagos por entrega ou por turno.

E se as entregas do e-commerce já vinham crescendo de forma sólida nos últimos anos, com a chamada “Logística 4.0”, depois da pandemia da Covid-19, essa demanda saltou a níveis sem precedentes.

Neste post, vamos entender melhor como funciona esse sistema que tem mudado o setor de logística e quais são os principais aspectos dessa forma descentralizada de prestação de serviços e envio de produtos. Vamos nessa?

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Last Mile Delivery

Para entender melhor como o crowdshipping tem mudado os serviços de entregas, precisamos falar sobre a “last mile delivery”. Sabemos que a jornada de um produto do estoque da empresa até a casa do cliente compreende diversas etapas.

A encomenda geralmente vai até um centro de distribuição regional de onde finalmente é enviada até seu destino final.

Este último trecho da jornada até a porta do cliente é chamado de last mile delivery ou “última milha da entrega”.

Essa etapa do processo costuma estar diretamente relacionada com a satisfação do cliente, sobretudo em encomendas para serem entregues no mesmo dia. Isso quer dizer que esse trecho representa o impacto da logística na experiência de compra do cliente.

Com isso, essa etapa pode ser também uma das partes mais complexas do processo de remessa.

Afinal, ela envolve uma série de variáveis, como o trânsito ou o difícil acesso a lugares remotos, áreas rurais ou violentas, entre muitos outros fatores.

Nesse sentido, os serviços de entrega  em sistema crowdshipping podem ser uma alternativa que passa a utilizar a força de trabalho local para efetuar as entregas.

Para as empresas, isso significa menos custos de armazenagem, gerenciamento de frota ou folha de pagamento. Já os clientes têm maior controle sobre a experiência de compra que conta com mais transparência do processo de entrega.

Em alguns casos, os clientes podem acompanhar da tela do celular o trajeto da encomenda ao longo do caminho.

Crowdshipping no Brasil

No Brasil já existem aplicativos de crowdshipping como o ShippifyEu Entrego e Uello. É importante salientar que as empresas que adotam o crowdshipping não precisam necessariamente abandonar seus sistemas tradicionais de entrega.

O crowdshipping se soma aos recursos já existentes em empresas com logísticas e frotas já consolidadas que podem utilizar o novo sistema de forma complementar para trazer mais eficiência às suas operações.

O Mercado Livre, por exemplo, decidiu depender menos dos Correios e já adota o sistema desde 2016.

A plataforma Eu Entrego, por sua vez, conta com a maior rede de entregadores autônomos do Brasil. Eles se conectam a redes varejistas e a entrega das encomendas é feita por usuários cadastrados no aplicativo, que fazem levam as encomendas usando seus próprios meios de transporte.

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Gigantes do varejo e o crowdshipping

Os gigantes do varejo também já seguem essa tendência. O Magazine Luiza já conta com entregas gerenciadas pela Logbee uma plataforma que liga entregadores autônomos à empresas e foi adquirida em 2018 pelo Magazine Luiza.

Nas Casas Bahia, as entregas são administradas pela AsapLog, uma empresa que faz entregas para lojistas que vendem por canais digitais, como marketplaces, WhatsApp e redes sociais.

Motoristas profissionais

Uma das maiores preocupações das empresas que utilizam o sistema de crowdshipping é referente aos motoristas, motociclistas ou mesmo os ciclistas que entregam os produtos. Eles estão preparados para esse trabalho?

Afinal, saber dirigir não faz de ninguém um motorista profissional.

Os últimos números publicados pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) em 2017 apontam que 34.424 caminhões e 24.447 motos se envolveram em acidentes de trânsito no país naquele ano.

E além do mais importante que é a segurança dos motoristas e das outras pessoas que transitam nas vias, estão as consequências de qualquer sinistro para o negócio como atrasos e perdas.

Nesse sentido, os motoristas precisam ser capacitados com treinamentos como direção defensiva para mudanças de comportamento para evitar riscos a si próprios e às cargas que levam consigo.

Com isso, aplicativos de entregas e empresas que utilizam o crowdshipping devem ficar atentas à formação dos entregadores cadastrados.

Curso de direção defensiva

Motoristas que atuam profissionalmente estão naturalmente mais expostos aos riscos do trânsito. A conscientização e capacitação de motoristas quanto a direção defensiva devem ser objeto de contínua capacitação por parte dos condutores, sobretudo quando decidem se profissionalizar.

Afinal, pouco adiantam novas tecnologias e modelos disruptivos de economia colaborativa se o fator principal, o humano, não for o foco principal do negócio.

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