As metodologias ativas em treinamentos corporativos

Quando o assunto é capacitação de equipes técnico-operacionais, as metodologias ativas são grandes aliadas em treinamentos corporativos.

Se a inclusão desse poderoso recurso no rol de estratégias didáticas é comprovadamente eficaz tanto no ensino formal como no ensino livre, nas capacitações – em diversas áreas – não poderia ser diferente.

Neste post, vamos falar um pouco de inteligência educacional e entender o que são metodologias ativas, quais os seus tipos e como elas podem ser aplicadas na prática em capacitações para de equipes técnico-operacionais.

Afinal, cursos e capacitações fazem – ou deveriam fazer – parte da rotina de qualquer empresa, pois valorizam os colaboradores.

E as metodologias ativas certamente estão entre as práticas mais importantes para atingir os objetivos de um treinamento.

O que são metodologias ativas?

As metodologias ativas procuram instigar o raciocínio do aprendiz por meio da combinação de diferentes estímulos didáticos e de neuroaprendizagem.

O resultado é uma considerável melhora na assimilação e compreensão de conceitos. Dentre os pilares dessas metodologias podemos destacar três:

  1. O protagonismo do aprendiz na busca de novos conhecimentos;
  2. A construção do saber a partir dos conhecimentos prévios e da experiência pessoal de cada indivíduo;
  3. O uso de recursos didáticos que proporcionem experiências significativas e, até mesmo, sensoriais a fim de alcançar a melhor assimilação.

Trabalhando em conjunto esses pilares reúnem o aprendizado de conceitos teóricos ao desenvolvimento das competências pessoais que são necessárias às atividades propostas nas metodologias ativas.

Qual o papel das metodologias ativas nos treinamentos corporativos?

Podemos exemplificar tais competências como capacidade de colaboração, liderança, independência, autoconfiança etc.

Esses traços devem aparecer naturalmente quando o aprendiz busca a resolução do problema revelando suas aptidões e dificuldades.

As metodologias ativas de ensino colocam o aprendiz no protagonismo do desenvolvimento de suas competências e da assimilação de conceitos e informações. O processo se dá por meio de uma série de estratégias de ensino que vamos tratar a seguir.

No entanto, para a melhor compreensão dessas estratégias, antes é preciso clarificar alguns aspectos sobre as formas de assimilação, ou seja, como a “mágica do aprendizado” acontece.

Metodologias ativas em treinamentos

Metodologias ativas? O que são? Onde vivem? O que comem? É possível que você nunca tenha ouvido falar sobre metodologias ativas, mas sempre percebeu a necessidade delas! Respeitar o que o aluno já sabe em um treinamento faz toda a diferença na hora de inserir um novo conhecimento, por exemplo! Mas tem muito mais! Vem ouvir o quinto episódio do YounderCast!

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As cinco etapas da aprendizagem

De acordo com o psicólogo e pesquisador estadunidense, pioneiro nos estudos das Dificuldades da Aprendizagem, Dr. Helmer Rudolph Myklebust (1910-2008), o aprendizado acontece a partir de cinco etapas: sensação, percepção, formação da imagem, simbolização e conceituação.

O Dr Myklembust foi pioneiro nos estudos sobre os diversos tipos de aprendizagens, para as quais existem intervenções específicas em cada caso. Vamos às etapas apontadas por ele:

1 – Sensação

O aprendizado já começa a partir dos cinco sentidos: tato, audição, visão, paladar e olfato. Pelo menos um deles é usado quando um indivíduo assimila algo.

Em boa parte dos casos, são usadas combinações dos sentidos ou mesmo todos eles;

2 – Percepção

Essa etapa consiste tomar consciência da sensação captada na etapa anterior, ou seja, é quando o indivíduo percebe a sensação;

3 – Formação de imagem

A partir de uma sensação e a percepção dela pelo indivíduo é formada a imagem. Vamos exemplificar para entendermos melhor: o cheiro de gasolina remete um condutor à imagem do combustível.

barulho de uma freada seguida de colisão remete o condutor à imagem de um acidente de trânsito;

4 – Simbolização

É a fase em que a sensação e a imagem formada nas fases anteriores são sistematizadas em linguagem verbal.

É o momento em que o cérebro está traduzindo em palavras o conjunto de informações sensoriais e imagens construídas a partir delas;

5 – Conceituação

É a culminância do processo em que o cérebro segmenta o que foi assimilado de forma que possamos acessar essa informação posteriormente.

Quanto mais ricos e diversos os estímulos elencados acima, melhor terá sido a assimilação. Essa importante contribuição deve ser tida como um importante recurso para uma estratégia de ensino.

E quando tratamos de treinamentos de equipes técnicas, pode ser usada em todo o processo, da teoria à prática.

Afinal, sabemos que, além da busca pela excelência nos transportes, a permanente capacitação de motoristas de frota envolve uma questão fundamental: a segurança.

Modelo de Briefing de Treinamento

Para te ajudar criamos um modelo de briefing de treinamento para você baixar. Para isso basta preencher o formulário abaixo que encaminharemos no seu e-mail. 

  • Nome*NomeSobrenome
  • E-mail*
  • Telefone*
  • Empresa onde você trabalha?*
  • Cargo*
  • Quantidade de colaboradores para treinamento?*
    •  Não tenho frota
    •  1 a 49
    •  50 a 100
    •  101 a 200
    •  201 a 500
    •  Acima de 500

O papel do instrutor ao utilizar metodologias ativas em treinamentos corporativos

Ao adotar metodologias ativas em um treinamento, os designers instrucionais incluem diversos objetos de aprendizagem.

Cada atividade proposta no curso é pensada com o objetivo de proporcionar ao aprendiz conexões entre experiências passadas e presentes, de forma que ele possa reorganizar o conhecimento a partir do que está aprendendo agora no treinamento.

Nesse processo, cabe ao instrutor exercer mais que o papel de mero transmissor do conhecimento. Ele precisa estar atento às orientações dos designers instrucionais quanto a utilização dos objetos de aprendizagem.

Essas indicações são fundamentais para alcançar o melhor desempenho no treinamento. Além disso, ele deve ter sensibilidade para perceber as dificuldades da turma ou quando é necessário partir para um “plano B”.

Para tanto, as metodologias ativas devem incluir uma abordagem personalizada para cada colaborador que participa do treinamento.

Além disso, na aplicação das metodologias ativas, existem alguns aspectos importantes para garantir que o instrutor seja um facilitador eficiente da assimilação dos alunos no processo de aprendizagem. Nesse sentido, é papel do instrutor:

Considerar

Considerar o conhecimento prévio dos participantes do treinamento. Isso aumenta suas chances de abordar um novo conceito da forma mais adequada possível, propondo atividades que estimulam a curiosidade e suscitam experiências e conhecimentos prévios do aprendiz.

Como já vimos acima, dessa forma o aluno terá a chance de fazer conexões entre experiências passadas e as presentes.

Proporcionar

Proporcionar experiências aos alunos com base em atividades em que as habilidades e dificuldades deles são identificados de forma a facilitar as mudanças pretendidas.

Explicar

Explicar aos participantes do treinamento como cada aspecto de suas experiências influi em suas habilidades e dificuldades. E nessa fase que o instrutor apresenta determinado conceito, processo ou técnica de forma a guiá-los a uma compreensão mais profunda de como alcançar o conhecimento.

Instigar

Instigar os aprendizes a buscar a excelência aumentando conhecimentos e aprimorando as habilidades. Por meio de experiências mais ricas que acionam diferentes sentidos e percepções, os colabores em treinamento desenvolvem uma compreensão mais profunda.

Como consequência eles têm suas habilidades otimizadas. Ainda nessa fase, cabe aos aprendizes fornecerem ao instrutor feedback sobre o que entenderam. Assim, o instrutor pode recomendar atividades adicionais caso seja necessário.

Incentivar

Incentivar os alunos a avaliar a própria compreensão dos conceitos e as habilidades. Essa fase do processo ajuda ainda o instrutor a verificar o progresso do aprendiz em direção aos objetivos do treinamento.

Como aplicar treinamentos nos tempos atuais?

Este momento está desafiando todos nós, não é mesmo? Como você está lidando com a necessidade de treinamento da sua equipe? O quarto episódio do YounderCast vai te ajudar a refletir sobre alguns pontos-chave sobre este assunto e a pensar em soluções para os impasses de treinar uma equipa a distância!

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O aprendiz como protagonista do processo de aprendizagem ativa

Os métodos de aprendizagem ativa são frequentemente associados a aplicações práticas da tese do Construtivismo, do biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, Jean Piaget. De acordo com a Teoria Construtivista, os conceitos seguem a ação ao invés de precedê-la.

O Construtivismo aponta ainda alguns princípios importantes da aprendizagem ativa, na qual o aprendiz é quem define o significado pessoal do próprio aprendizado.

Isso quer dizer que ele deixa de ser mero observador passivo do conhecimento. Ele passa a tornar o conhecimento em algo significativo e útil em uma nova situação, ou seja, o conhecimento prévio do aprendiz, quando combinado com novas informações, o ajuda a construir novos conhecimentos.

Interação Social na aprendizagem ativa

Outro aspecto importante do papel do aprendiz na aprendizagem ativa é o fato de o processo ser aprimorado pela interação social.

Tendo como exemplo o treinamentos de motoristas, eles participam de atividades em grupo com a finalidade de discutir questões relevantes aos objetivos do treinamento.

Além da socialização, essas dinâmicas fomentam a construção coletiva do conhecimento que será muito mais marcante do que uma aula expositiva na qual o condutor é apenas ouvinte.

Embora o instrutor seja fundamental no processo ensino-aprendizagem ele não deve atuar como a fonte exclusiva do conhecimento.

Em vez disso, sua função é criar o ambiente em que todos os participantes do treinamento se engajem de forma genuína em atingir os objetivos do treinamento.

E para isso, o instrutor deve estabelecer uma parceria com cada participante do curso. O aprendiz, por sua vez, deve estar engajado e consciente que é ele o maior responsável pelo seu aprendizado.

Exemplos de metodologias ativas em treinamentos corporativos

Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)

Como já vimos acima, nesse processo, os participantes do treinamento são estimulados a encontrar soluções para um problema – hipotético ou não – proposto.

Para isso, eles têm de buscar informações pelos meios disponíveis e colaborar entre si para encontrar a melhor solução no prazo determinado.

Estudos de Caso

Os participantes do curso têm de propor soluções para situações de perigo ou problemas apresentados. Os relatos podem ser casos reais ou não e servem para abordar diversas questões.

Dinâmicas em Grupo

São atividades lúdicas feitas em grupo que dão subsídios para que os instrutores possam avaliar posturas, comportamentos, interações e o clima organizacional entre os participantes.

Jogos de negócios

São jogos que simulam situações do cotidiano da empresa. Podem atingir níveis de desafiadores de complexidade e engajar equipes inteiras na busca dos melhores resultados.

Podem ser usados por meio de softwares ou não, e vêm tendo crescimento significativo em recrutamentos, seleções e treinamentos.

Aula invertida

Nessa modalidade os participantes têm acesso ao conteúdo que deve ser lido antes da aula expositiva, ou seja, se preparam para a aula de forma a tirar melhor proveito dela.

Na aula, além de tirar dúvidas o instrutor pode acrescentar informações e mediar um debate entre os participantes que já puderam elaborar previamente seus entendimentos sobre o conteúdo.

Metodologias ativas em treinamentos de equipes técnico-operacionais

No caso de metodologias ativas em treinamentos de equipes técnicas, podemos citar como os mais eficazes metodologias que aplicadas em conjunto podem trazer resultados surpreendentes. Vamos a elas:

Jornada de Aprendizagem

Essa metodologia visa a capacitação, conscientização e desenvolvimento de habilidades dos aprendizes. A partir de uma avaliação diagnóstica é verificado o nível de conhecimento técnico e os aspectos comportamentais do colaborador. Dessa forma, o instrutor pode direcionar melhor o processo de aprendizagem.

A Jornada de Aprendizagem compreende também a união da teoria com a prática, como por exemplo nos treinamento de motoristas, por meio de simuladores de direção com alta imersão.

Eles permitem ao condutor colocar em prática o que foi vivenciado na teoria, além de medir o desempenho do condutor utilizando telemetria. A partir desses resultados o instrutor poderá ajustar a experiência do condutor focando suas principais necessidades.

Todo o processo de aprendizagem do condutor é apoiado por uma plataforma digital, que serve de facilitador na aplicação dos treinamentos, além de possibilitar a gestão dos resultados por parte do instrutor.

Metodologia You Learn

Essa metodologia é composta por três dimensões não lineares:

Plataforma Digital
Proporciona a personalização da experiência de aprendizagem valorizando o conhecimento prévio do aprendiz. Se bem aplicado, fornecendo recursos didáticos adequadamente, esse recurso promove o protagonismo do participante em seu processo de aprendizagem. 

Abordagens Múltiplas
Por meio de diferentes metodologias e abordagens, pode-se proporcionar estímulos diversos aos alunos de forma que eles possam explorar novos conhecimentos, encontrando significado na aprendizagem.

Aprendizado na Prática
A prática é parte importante do processo e proporciona ao aluno novas conexões entre seus conhecimentos prévios e as novas experiências. A melhora do desempenho é  uma consequência natural à medida que o aprendiz  percebe próprio progresso.

Aprendizagem imersiva

Os treinamentos de equipes técnicas com metodologias ativas incluem experiências de tecnologia imersiva por meio da simulação.

Os condutores, por exemplo, por meio de tecnologias imersivas para motoristas aprendem, praticam, e reciclam seus conhecimentos por meio de simuladores de direção com o uso de telas ou realidade virtual (óculos). Tudo em um ambiente seguro e controlado, anulando riscos de acidentes na fase prática. 

Todo o processo – desde a condução de um veículo até a aplicação de um procedimento técnico – pode ser monitorado. Assim o instrutor pode acompanhar a evolução e a aprendizagem do condutor ou colaborador.

Como definir as metodologias ativas em treinamentos corporativos

Então já sabemos que as metodologias ativas de ensino podem nos ajudar muito a alcançar os objetivos de um treinamento. Agora um novo desafio se apresenta: quais metodologias usar e como aplicá-las.

Já falamos em um postagem anterior aqui no blog (leia também: Como montar uma estratégia de treinamento eficaz para condutores ) que a primeira coisa a se fazer antes de definir um treinamento é o diagnóstico.

Afinal, é preciso saber a origem dos problemas a serem erradicados. É a partir do que for apontado pelo diagnóstico que será possível definir quem precisa de capacitação, qual o tipo de treinamento e quais os recursos mais adequados.

Conclusão

É importante destacar que em treinamentos corporativos as metodologias ativas são mais usadas com foco no desenvolvimento das chamadas “soft skills”, ou seja, competências comportamentais.

No entanto, as metodologias ativas podem trazer benefícios quando usadas para a assimilação de competências técnicas. E o gestor de pessoas sabe que esses dois tipos de competências são primordiais quando falamos de equipes operacionais.

Aqui na Younder gostamos de ser desafiados e, estamos prontos para desenvolver as melhores soluções educacionais adaptadas com a rotina de qualquer empresa. Clique aqui para conhecer a nossa metodologia educacional.

Além disso, convidamos você a assistir ao vídeo abaixo e conhecer um pouco sobre o nosso Hub Educacional.

https://youtube.com/watch?v=NxebWq5JffE%3Ffeature%3Doembed

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