Finalizado os treinamentos, chega o momento de avaliar a eficácia e os indicadores para verificar se as metas e objetivos foram alcançados.
Vale lembrar que os indicadores devem ser definidos antes do início dos treinamentos. A empresa precisa saber se ela quer focar na redução dos gastos com combustível, no aumento da produtividade, no aumento do índice de segurança ou na preservação da vida e bem-estar dos colaboradores.
Ou seja, para conseguir atingir estas metas é preciso previamente defini-las.
Vamos falar então de como analisar as informações e definir o sucesso de um treinamento – além de identificar os indicadores-chave para realizar uma boa avaliação dos treinamentos.
Como avaliar a eficácia de treinamento?
Para que o treinamento seja eficaz, é imprescindível que a estratégia do treinamento e os objetivos dos cursos estejam claros para todos os envolvidos a começar pelos condutores, analistas de T&D, instrutores e gestores de frota.
Além disso, a escolha da metodologia que será utilizada, bem como os indicadores de sucesso, ajudarão a enxergar melhor se o objetivo foi alcançado ou não.
Para isso, veja algumas ferramentas para mensurar o sucesso do treinamento:
- avaliações de conhecimento e reação dos participantes;
- verificação do engajamento da turma;
- acompanhamento no trabalho após a realização do treinamento;
- diagnóstico que permita realizar uma comparação do antes e depois dos envolvidos.
Não apenas esses, mas voltar os olhos para os KPIs iniciais da frota e constatar se houve mudança também é um bom indicativo de sucesso do treinamento. Tudo deve ser organizado e facilmente visualizável.
Calcular o ROI do treinamento
Aqui o analista de treinamento e desenvolvimento junto com as áreas demandantes (gestão de frota ou segurança do trabalho) devem analisar, o famoso Retorno Sobre Investimento, que é a relação entre o valor investido e os ganhos obtidos.
Os custos mais comuns na aplicação de um treinamento são:
- contratação de uma empresa de terceirização de conteúdo;
- plataforma digital (LCMS) no caso de cursos EAD;
- instrutores especializados;
- soma das horas não operacionais dos colaboradores.
Já os retornos do investimento variam de cada empresa sendo os casos mais comuns:
- diminuição do turnover de funcionários;
- aumento de desempenho do colaborador;
- diminuição do índice de “tomadores de risco” no caso das empresas com forte cultura de segurança;
- redução de incidentes ou acidentes;
- redução de consumo de combustível.
Claro que esses são apenas alguns ganhos com o treinamento, mas o importante aqui é trazer alguns exemplos para você definir seus objetivos/metas do diagnóstico da necessidade de treinamento.
Com todos essas metas e valores em mãos, para calcular o ROI, o analista de T&D pode aplicar uma equação simples, que envolve a receita e o custo, como na fórmula da imagem acima.
É importante constar que o cálculo do retorno não deve ser feito de imediato: é necessário tempo após o treinamento para que as mudanças façam efeito nos resultados do setor ou empresa.
Quais os métodos para avaliar um treinamento?
O ex-presidente da Associação Americana de Treinamento e Desenvolvimento, Donald Kirkpatrick, estabeleceu um método que envolve quatro níveis para avaliar treinamentos. É um modelo interessante que merece atenção.
O primeiro nível
Ocorre imediatamente durante e após o treinamento, e é chamada de reação. Ela mede a maneira com que o motorista se sente em relação ao curso, ao material e ao aprendizado. Normalmente é feita por meio de formulários e funciona como um feedback.
O segundo nível
Ocorre antes e depois do treinamento e é chamado de aprendizado. Aqui é onde se verifica a retenção de conteúdo pelo motorista – um teste, por exemplo, pode ser aplicado nos dois momentos, para medir a mudança direta após a capacitação.
O terceiro nível
Meses após o treinamento é o momento de medir o impacto no comportamento. Nesta fase, é importante verificar se o colaborador aplicou no dia a dia o que aprendeu, normalmente por meio de sistemas de telemetria (no caso de frotas).
O quarto nível
O último nível envolve elementos ligados diretamente à empresa, focando no resultado do treinamento. É aqui que se olha para o ROI e os KPIs estabelecidos para a frota e para o objetivo inicial daquele programa.
É necessário analisar se aconteceu alguma mudança, no caso de uma frota verificar: redução de uso de combustível, desgaste precoce de pneus e equipamentos, diminuição de multas, e, o mais importante redução de incidentes ou acidentes.
Indicadores de sucesso e KPIs para treinamentos
Um bom diagnóstico consegue mensurar o nível de comportamento dos colaboradores no ambiente de trabalho, esse indicador é um dos mais cruciais em empresas que possuem uma forte cultura de segurança. Essa métrica é que vai identificar pontos que precisam de ajustes e aqueles que estão atingindo o resultado esperado.
É importante ter um histórico comportamental para conseguir avaliar os treinamentos em nível de eficácia e melhoria nos resultados do setor.
Os KPI, key performance indicators, em inglês, são indicadores definidos com a realidade de cada empresa ou segmento que ela atua. Aqui é necessário que haja transparência para tangibilizar quais são os pontos a serem observados dentro dos objetivos da empresa.
Alguns exemplos de indicadores:
- Relação entre entregas programadas e realizadas – a produtividade efetiva;
- Uso de combustível, levando em consideração a carga e rota;
- Mudanças bruscas de velocidade e frenagens, por exemplo, que dizem questão à segurança e manutenção;
- Quantidade e tipos de multas;
- Desgaste precoce de equipamentos ou veículos.
É imprescindível que os KPIs estejam plenamente claros antes da aplicação de um treinamento. São eles que vão te ajudar a avaliar os treinamentos. Sem os indicadores, não há como definir um objetivo.
Além disso, os KPIs também guiam a avaliação de desempenho após o treinamento – são eles que vão identificar a adesão do conteúdo no dia a dia do colaborador, da frota e do seu setor.
Quando o treinamento de motoristas é no EAD?
E quando as instruções teóricas são aplicados à distância? Sem a observação física do condutor do veículo, como avaliar o treinamento?
Mais uma vez, a chave está nos indicadores, que precisam ser definidos claramente antes do diagnóstico da necessidade do treinamento e, a partir daí, serem aplicadas avaliações antes, durante e após o curso.
A grande vantagem de aplicar treinamentos em plataforma digital é que os dados são todos digitalizados e prontamente acessíveis em dashboards atualizadas em tempo real. Informações como:
- o tempo do aluno em cada etapa do curso;
- resultado das avaliações;
- avaliações de reação;
- em quais temas os alunos obtiveram maior número de acertos ou erros;
- mensurar o engajamento do curso contabilizando quantas vezes o conteúdo é acessado.
Sobre esse último, o engajamento assume uma posição ainda mais importante no EAD, já que o colaborador precisa tomar a iniciativa para acessar o conteúdo. Logo, o engajamento no curso significa então que o treinamento está chegando até ele – uma certeza necessária para prosseguimento.
O fato do colaborador ser aquele a dar o passo inicial não retira a necessidade de que a empresa realize pequenas campanhas de engajamento, incentivando o acesso e participação no treinamento.
Conclusão
A avaliação de um treinamento não começa ao fim e nem termina imediatamente após a aplicação dos cursos.
Para ter mais garantias da eficácia de um treinamento, a empresa deve:
- Estabelecer metas e objetivos claros, através da análise de indicadores;
- Certificar-se de que todos os colaboradores envolvidos tenham consciência dos objetivos do treinamento;
- Analisar os resultados nos meses após o treinamento, levando em conta as mudanças nos indicadores;
- Verificar a relação entre o investimento e os lucros em um período após o treinamento.
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