Oferecer saúde e segurança no ambiente de trabalho é essencial e obrigatório para qualquer empresa. Além de impactar diretamente na motivação dos funcionários e criar um ambiente confortável para o trabalho, a ergonomia pode se tornar uma grande aliada.
Isso porque o cuidado com a ergonomia física na empresa faz com que haja uma melhora na sua reputação no mercado, na produtividade e no engajamento do time.
Para isso, é preciso estar informado sobre as boas práticas de ergonomia. Confira a seguir no texto o que é ergonomia organizacional, quais são os seus objetivos e as boas práticas para aplicar na empresa.
O que é ergonomia?
A ergonomia é o estudo e a busca pela melhoria da relação entre o homem e as suas condições de trabalho. Ela cria medidas para reduzir riscos, aumentar o conforto, melhorar as características do espaço e evitar que más condições afetem a saúde e a segurança do trabalhador.
Isso quer dizer que a ergonomia busca otimizar o espaço de ponta a ponta, seja em suas características estruturais, móveis, na prevenção de dores ou até mesmo colaborando para evitar que o trabalho afete processos mentais e físicos da equipe.
Você conhece as cinco normas obrigatórias para manter o ambiente laboral seguro? Essas NRs indicam os treinamentos e as medidas que você deve implementar na empresa. Conheça as normas clicando aqui.
Como surgiu esse conceito?
Agora que já falamos sobre o que é ergonomia, entenda o conceito:
O homem sempre adaptou o ambiente de trabalho de acordo com as necessidades de produtividade das equipes.
Apesar da tentativa de melhorar a organização do trabalho, assim como sua segurança e conforto, a ergonomia só foi entendida como um possível estudo sistematizado em 1857. Ele deriva de ergos (trabalho) e nomos (normas), e foi criado pelo cientista polonês Wojciech Jarstembowsky.
Finalmente, a ergonomia foi considerada uma ciência no século XX, com a fundação da Ergonomic Research Society (Sociedade de Pesquisa Ergonômica), em 1949. O fundador foi o engenheiro inglês Kenneth Frank H. Murrell.
Depois disso, diferentes tipos de ergonomia foram surgindo:
- A tradicional, com a Segunda Guerra Mundial, visando o trabalho mecânico;
- A cognitiva, em 1980, reunindo a psicologia à fisiologia;
- A ergonomia organizacional (ou macroergonomia, que otimiza os sistemas de trabalho) e outras.
No Brasil, o termo também começou a surgir na década de 1980.
Qual a importância de usar a ergonomia no trabalho?
A ergonomia visa reduzir riscos e acidentes de trabalho, assim como todo tipo de impacto físico que o ambiente possa causar na equipe, como doenças psicossociais, lesões, desgastes etc.
Esses problemas são chamados de impactos de continuidade, e ocorrem inclusive em profissões com menos movimentação, mas que trabalham com esforço repetitivo.
Isso quer dizer que, pessoas que trabalham durante oito horas em frente ao computador sem a cadeira adequada, causam um enfraquecimento dos músculos e problemas na coluna, por exemplo.
Além dos óbvios benefícios a todos, a ergonomia também é vantajosa financeiramente para a empresa, pois reduz absenteísmo, afastamentos médicos, cansaço, custos com planos de saúde, além de motivar a equipe e aumentar a produtividade.
Como a sua empresa lida com o absenteísmo? Essa é uma das taxas mais importantes para o RH, pois se trata da ausência dos colaboradores durante os turnos de trabalho. Confira aqui os 7 passos para diminuir essa taxa.
Quais são os tipos de ergonomia?
Já citamos alguns tipos de ergonomia, mas existem vários outros, já que o conceito busca gerar soluções para as diferentes situações de trabalho. Vamos te explicar as principais classificações:
Cognitiva
A ergonomia cognitiva estuda quais situações corporativas afetam as condições mentais do trabalhador e como evitar esses males.
Atualmente, as maiores preocupações quando se trata de saúde mental no trabalho são o estresse e a ansiedade, tão presentes no dia a dia atual. São diversas as variáveis observadas por essa ergonomia, como: má comunicação na empresa, cobrança excessiva, ambiente hostil, urgência constante, etc.
Organizacional
A ergonomia organizacional é aquela que estuda os processos da empresa, ou seja, a sua forma de funcionar: as rotinas de trabalho, os feedbacks, a estrutura da empresa, os turnos, o formato da liderança e mais.
A intenção é melhorar esses processos para evitar os Impactos de Continuidade, rotinas exaustivas, despreparo, um mau clima de trabalho e outros problemas.
Física
Esta é a ergonomia mais conhecida, e talvez a primeira que vem no pensamento das pessoas quando cita-se o termo ergonomia.
É o estudo e a melhoria das condições de trabalho que podem afetar a saúde física do colaborador, durante, por exemplo, o uso de equipamentos, levantamento de pesos, muito tempo em pé ou sentado, entre outras condições. Inclusive, também busca melhorar a ventilação, iluminação, higiene e outros fatores.
Saiba o que diz a lei com relação à Ergonomia
A ergonomia no trabalho é uma exigência legal, advinda do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A Norma Regulamentadora nº 17 (ou NR17) obriga as empresas a implementar a ergonomia no ambiente de trabalho.
Entendendo que a qualidade de vida dos colaboradores é afetada pelo ambiente de trabalho, a regulamentação impôs algumas regras ou procedimentos obrigatórios. A NR17:
“Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente”
Por exemplo: é necessário que os próprios funcionários façam uma análise ergonômica do local, chamada de Análise Ergonômica no Trabalho (AET), gerando um laudo com as informações coletadas. Depois, a empresa toma as medidas necessárias e documenta na AET.
A NR17 fala sobre diversos assuntos: levantamento, transporte e descarga de materiais; o ritmo do trabalho; análise das demandas; a produção; pausas e descansos; a comunicação dentro da empresa; trabalho com máquinas e muito mais.
Recomendamos que você leia a Norma para implementar corretamente as exigências na empresa. Confira aqui a NR17.
Quais as consequências de não seguir a NR 17
O não cumprimento da NR 17 pode gerar problemas tanto para a empresa quanto para os colaboradores.
A empresa que não seguir as normas será notificada e terá 60 dias para implementar as correções. Caso não cumpra as exigências, receberá uma multa e corre o risco de responder judicialmente.
No caso dos colaboradores não cumprirem o que exige as mudanças ergonômicas, eles podem ser demitidos por justa causa.
Não é fácil gerenciar tantas exigências. É preciso que as equipes de segurança do trabalho e RH estejam muito bem capacitadas para lidar com a NR17 e implementar todas as mudanças para que o ambiente de trabalho seja melhorado.
Assim, os benefícios virão para as equipes e para a empresa. Se você tem dúvidas sobre o tema, fale com a Younder!